sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Cientistas terminam simulação de vida em Marte


A NASA colocou seis investigadores a morar numa redoma à beira de um vulcão no Havai. A experiência visava simular como seria viver em Marte.
























Os cientistas estiveram em isolamento durante oito meses, a simular como será a vida em Marte. O objetivo da NASA foi tentar perceber como a equipa conseguiria viver junta e como trabalhariam em grupo. Todos os movimentos dos cientistas foram seguidos por câmaras, sensores eletrónicos e detetores de movimento, noticia o The Guardian. Os elementos que fizeram parte desta experiência sentiram o vento e o sol diretamente na sua pele no sábado, pela primeira vez em oito meses. A redoma foi colocada nas imediações do vulcão Mauna Loa, no Havai, e simulava o que seria viver à superfície do planeta vermelho. Os investigadores tiveram de usar um fato espacial sempre que queriam trabalhar no exterior. Pela janela da “casa”, viam lava e montanhas apenas. Durante os oito meses, a equipa teve de recorrer a ioga e exercício físico como aliviadores do stress. «Se estás a ter um mau dia, é muito difícil estar num ambiente confinado. Não podemos ir lá fora e andar um pouco... estamos constantemente a ser vistos por todos», contou Jocelyn Dunn, que fez parte da equipa. Ovos, pêssegos, croissantes e melancia fizeram parte das primeiras comidas que estes elementos pediram assim que terminou a experiência.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Sete planetas semelhantes à Terra descobertos em constelação "vizinha"

 A descoberta foi anunciada esta quarta-feira por uma equipa que integra uma astrofísica portuguesa. A dimensão dos planetas é semelhante à Terra e há condições para a existência de água em estado líquido.





A partir de hoje, o universo esconde menos um segredo. É que aqui pertinho, em torno de uma estrela vizinha, flutuam sete planetas rochosos semelhantes à Terra.


A descoberta foi publicada esta quarta-feira na revista Nature e anunciada, em direto, através dos canais da NASA, por uma equipa de cientistas internacionais coordenada pelo belga Michaël Gillon da Universidade de Liége.

A importância desta descoberta reside, no entanto, nas características que compõem os planetas descobertos. Isto porque, tal como a Terra, (quase) todos eles têm superfícies firmes e rochosas, uma massa semelhante ao nosso planeta e existem a uma distância à sua estrela que torna possível a existência de água em estado líquido, que é, de resto, uma das condições necessárias para a existência de vida.

TRAPPIST-1





TRAPPIST-1

TRAPPIST-1

TRAPPIST-1
As certezas serão difíceis de obter. A estrela em torno da qual estes planetas se deslocam está a cerca de 40 anos luz de distância da Terra. Não é possível aferir se a água existe, se há vida microscópica nas suas crostas ou se as temperaturas são amenas o suficiente para permitir a sua existência. Mas há suposições, e vídeos renderizados.


Em comunicado, Michaël Gillon disse que este "é um sistema planetário extraordinário, não apenas por termos encontrado tantos planetas, mas porque todos são surpreendentemente parecidos com a Terra em termos de tamanho". Ao contrário que se podia pensar inicialmente, a estrela "mãe" deste sistema "é tão pequena e fria" que os planetas serão, muito provavelmente, temperados, podem ter alguma água líquida e, por extensão, vida na sua superfície.
Esta não é a primeira vez que são descobertos planetas com estas caraterísticas, mas o feito é assinalável. Afinal, só em 1995 é que foi detetado o primeiro exoplaneta. É a primeira vez, todavia, "que tantos planetas de tipo terrestre estão na zona habitável", destaca a equipa. A lista de todos os planetas identificados para além do nosso sistema solar, no entanto, já chega às 3.500 entradas.




Estas começaram a ser perseguidas há mais de um ano. Num telescópio robótico, instalado no Chile, começaram por se fazer observações com base no método dos trânsitos, que mede minúsculas reduções no brilho de uma estrela sempre que alguma coisa passa à sua frente, provocando um pequeno eclipse. Se este fenómeno se registar com frequência, é provável que haja um planeta em órbita desta estrela.
Em torno da que ilumina estes sete planetas, a Trappist-1, Gillon começou por descobrir três e fez com que outros telescópios se virassem na mesma direção. Depois de se unirem esforços entre vários países nesta missão, foram identificados mais quatro.
As observações e os registos permitiram descobrir que cinco dos planetas têm um tamanho semelhante ao da Terra. Os restantes, têm uma dimensão intermédia entre Marte e a Terra.
Citada pelo Público, Catarina Fernandes, astrofísica da Universidade de Liége e membro desta equipa, disse que "pelo estudo da densidade dos planetas, pensa-se que seis são rochosos, o que poderá vir a ser confirmado nos próximos meses com continuação dos estudos". O sétimo, ainda deixa margem para dúvidas.
A descoberta deixa também espaço para uma reflexão que Ignas Sellen, da Universidade de Leiden, deixa patente no artigo. Dado o volume da descoberta, os planetas terrestres podem, afinal, ser banais. "Nos últimos anos, acumularam-se provas de que os planetas do tamanho da Terra são abundantes na Galáxia, mas as descobertas de Gillon e dos seus colegas indicam que estes planetas são ainda mais comuns do que se pensava", frisa.
Os planetas, nomeados de acordo com a sua estrela (Trappist-1b, c, d, e, f, g, h), completam uma volta à Trappist-1 entre 1,5 e 12 dias. A estrela tem uma temperatura à superfície de 2.200 graus, contra os 5.500 do Sol e faz chegar-lhes uma radiação semelhante à que a Terra recebe.
Se quiser pode ver tudo em 360º. Não são imagens reais mas podem dar uma ideia do ambiente nestes planetas.

sábado, 20 de fevereiro de 2016

As ondas gravitacionais também têm som. Quer ouvir?

As ondas gravitacionais são demasiado pequenas para serem vistas, mas podem ser detetadas com os instrumentos certos. E também podem ser "ouvidas"

Tinham sido teorizadas há 100 anos pelo físico alemão Albert Einstein, mas só agora as ondas gravitacionais foram observadas diretamente.

 O registo foi feito por instrumentos da mais alta precisão no âmbito do LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory), situado nos EUA, e os resultados reportados esta quinta-feira pelo Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) e simultaneamente publicados online na revista Physical Review Letters.

 As ondas observadas foram emitidas pela colisão de dois buracos negros com cerca de 30 vezes a massa do Sol, que ao girar em torno um do outro, foram descaindo e girando cada vez mais depressa até se fundirem e formarem um único buraco negro. Foi essa fusão final que originou a emissão de ondas gravitacionais.

 O "encontro" aconteceu há mais de mil milhões de anos, mas como a luz viaja a uma velocidade finita, só em setembro de 2015 é que chegou aos detetores do LIGO.

 As ondas gravitacionais são demasiado pequenas para serem vistas, mas ficou provado que podem ser detetadas com os instrumentos certos.Assim como o espécie de chilrear que emitem.É só converter dados em som.

Prepare-se para ouvir o mais recente marco histórico da comunidade científica.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Detetadas ondas gravitacionais 100 anos depois de Einstein as ter nomeado

As ondas gravitacionais, cuja existência o físico Einstein apontou há um século na sua Teoria da Relatividade, foram pela primeira vez detetadas de forma direta a 14 de Setembro último, foi hoje anunciado.Descoberta abre a porta a uma nova maneira de observar o cosmos e pode ajudar a compreender alguns dos enigmas do Universo.


Numa grande conferência de imprensa em Washington, os cientistas do Observatório Norte-Americano de Interferometria Laser (LIGO) puseram assim termo a meses de rumores e grande expectativa entre a comunidade científica perante uma descoberta que abre a porta à redescoberta do Universo, desta vez sem necessidade da luz.

É um dia histórico para a ciência: as ondas gravitacionais previstas por Albert Einstein há um século, em 1916, foram detectadas, foi anunciado esta quinta-feira, em Washington. A descoberta abre a porta para uma nova maneira de observar o cosmos e pode ajudar a compreender alguns dos enigmas do Universo.

Cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia, do Instituto de Tecnologia do Massachusetts (MIT, na sigla inglesa) e do LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) revelaram, em conferência de imprensa, ter registado um sinal correspondente a ondas gravitacionais.

Estas ondas foram emitidas na sequência da colisão de dois buracos negros, um com 36 vezes a massa do Sol, o outro com 29.

Os dois buracos negros foram localizados a 1.3 Bilhões de anos-luz do planeta Terra. O fenómeno pode ser comparado, a uma outra escala, com as pequenas ondas formadas pela queda de uma pedra num lago. Só que, neste caso, as ondas não se propagam na água, mas através do Universo à velocidade da luz.
O fenómeno pode ser comparado, a uma outra escala, com as pequenas ondas formadas pela queda de uma pedra num lago
A hipótese avançada há 100 anos pelo físico Albert Einstein foi agora confirmada graças a dois detectores de lasers gigantes, instalados no Louisiana e em Washington, nos Estados Unidos.

Ondas gravitacionais fazem "Whoop"

As primeiras ondas gravitacionais foram detectadas no dia 14 de Setembro do ano passado, mas só agora foram reveladas ao mundo.

Os dois detectores de lasers do LIGO trabalham em conjunto na busca das ondas gravitacionais. São capazes de detectar pequeníssimas vibrações provocadas pela passagem das ondas gravitacionais pela Terra.

Depois de registarem os sinais, os cientistas converteram-nos em ondas rádio. O que permite ouvir o som da colisão dos dois buracos negros e “observar o Universo de uma nova maneira", anunciaram os cientistas.
Os documentos com 100 anos em que Einstein inscreveu a sua teoria, guardados na Universidade Hebraica de Jerusalém. Foto: Abir Sultan/EPA
“Nós conseguimos, realmente, ouvi-los chocar. Captámos o sinal que chega à Terra, conseguimos passá-lo para uma coluna e podemos ouvir estes buracos negros a fazer: ‘Whoop’”, explica Matthew Evans, físico do MIT.

Em entrevista à agência Reuters, a astrofísica Nergis Mavalvala, do MIT, considera que "estamos a assistir à descoberta de uma nova ferramenta para fazer astronomia". A Humanidade conseguiu "ligar um novo sentido". Já conseguia ver e agora também consegue ouvir, sublinha a astrofísica.

 Albert Einstein propôs a existência de ondas gravitacionais, em 1916, na sequência da sua visionária e famosa Teoria da Relatividade, que apresentava a gravidade como uma distorção do espaço e tempo desencadeada pela presença de matéria.

Ondas Gravitacionais | Nerdologia 121

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

NASA testa sonda que vai explorar oceanos de outros planetas


A lua de Júpiter, Europa, é considerada um dos espaços mais prováveis de encontrar vida devido ao oceano que se encontra por baixo da superfície, e a sua exploração é um dos objetivos da NASA. É possível que, no futuro, a investigação desse oceano seja feita com a sonda testada nos mares do Alasca.
 A BRUIE (Buoyant Rover for Under-Ice Exploration) foi desenhada para percorrer a superfície gelada e enviar informações sobre o local. Este é apenas um protótipo que, no futuro, pode vir a ser desenvolvido e aproveitado de outra forma.
 Para funcionar, a BRUIE tem de andar "no teto", ou seja, flutua e as suas ondas usam a camada de gelo superior para se deslocar. As informações são captadas pelas câmaras da sonda e instrumentos que permitem estudar as águas que a rodeiam. São depois enviadas por satélite para o JPL ou outro local no mundo, onde pode também ser controlado.
 Os testes, que decorreram em Barrow, no Alasca, decorreram sem problemas e foi possível verificar que pelo menos as primeiras versões da sonda, estão a funcionar da melhor forma.
 Além do teste à tecnologia, a BRUIE pode também ser uma forma de estudar o metano que existe nestas camadas de gelo. "Estamos a ajudar a quantificar as emissões de gases de efeito de estufa que estão a afetar o clima, enquanto construímos um veículo e plataforma científica que serve como percursor de algo que um dia pode voar até à Europea ou Enceladus", diz Kevin Hand, um dos astrobiólogos que participou no teste, num vídeo lançado pela NASA.
 O oceano da Europa tem três vezes mais água do que a Terra, mas outras luas de Saturno têm também o seu oceano subterrâneo.
 Por agora, a sonda ficou pelos oceanos terrestres, mas a NASA já anunciou que pretende ir até Júpiter e Europa na década de 2020. É possível que uma versão mais avançada desta sonda faça parte da missão..



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domingo, 20 de setembro de 2015

NASA diz que lua de Saturno tem um oceano de água líquida

Os indicadores até agora conseguidos pela agência espacial norte-americana apontam para a existência de um oceano debaixo da crosta de gelo que cobre a lua Enceladus. Falta descobrir a razão pela qual a água não está congelada.

Se a existência de água é um bom indicador para a existência de vida tal como é conhecida na Terra, então a lua Enceladus, de Saturno, pode ser um bom candidato. A Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço (NASA na sigla em inglês) diz que existem fortes indícios de que existe um oceano líquido debaixo da crosta de gelo do astro.
Enceladus
Enceladus


As conclusões chegam após uma análise dos dados recolhidos pela sonda Cassini. Foram observadas
pequenas oscilações no gelo que existe à superfície da lua, algo que para a NASA é um forte indicador da existência de água debaixo da crosta principal e em todo o astro.
Os movimentos da crosta gelada também acontecem por causa do movimento de rotação da lua em torno de Saturno. “Os cientistas da Cassini analisaram mais de sete anos de imagens captadas a Enceladus. Eles mapearam cuidadosamente a posição de alguns elementos - sobretudo crateras - em centenas de imagens, para analisarem as mudanças com uma grande precisão”, lê-se no comunicado da NASA.
Outro indicador que aponta neste sentido é a existência de geisers no polo sul de Enceladus, que emana grandes quantidades de água para a atmosfera.

Representação dos geisers de Enceladus
Representação dos geisers de Enceladus

Imagem do Polo sul de Enceladus
Os resultados desta investigação vão em breve sofrer um reforço. A sonda cassini vai fazer uma aproximação a Enceladus no final do mês de outubro, ficando apenas a 30 quilómetros da superfície do satélite natural.
O que está a intrigar os investigadores é o porquê de a água do oceano subterrâneo não estar congelada. As mais recentes investigações parecem indicar que a sinergia entre a lua e Saturno pode estar a gerar mais temperatura do que aquela que os cientistas previamente pensavam existir.