Uma equipa de astrónomos descobriu uma maneira de conseguir ver o nascimento das estrelas que aconteceu há mil milhões de anos atrás. Segundo os especialistas, o processo é muito semelhante à forma de como funcionam as lentes de um par de óculos.
Para conseguirmos ver o universo como se fosse há mil milhões de anos-luz atrás, o momento em que muitas galáxias e estrelas se formaram, é necessário grandes melhorias no campo da observação.
Graças ao fenómeno das lentes gravitacionais e à tecnologia do telescópio , os astrónomos foram capazes de capturar as imagens mais detalhadas da formação das estrelas até ao momento, recorrendo ao fenómeno natural conhecido como lentes gravitacionais.
A lente funciona assim:Segundo Mark Swinbank, um dos autores do estudo, o processo é muito similar às “lentes de um par de óculos”. A lente é mais densa do que o seu meio ambiente permitindo ao ar e à luz moverem-se através dela. Assim, a lente consegue curvar a luz de tal modo que a imagem do objeto em que foi refletida parece maior.
“No espaço, não existem lentes mas há galáxias que são bastante densas em comparação com o seu meio ambiente”, afirmou Mark Swinbank, ao Tech Times. “Essa densidade atua da mesma forma que as lentes nos óculos e realmente curvam a luz”, explicou.
Quando os astrónomos olham para dentro do universo estão, de facto, a olhar para trás no tempo. Isto porque estão a ver a luz que as galáxias emitiram há mil milhões de anos, mas que ainda está a viajar a grande distância no universo. As galáxias estudadas pela equipa de Mark Swinbank foram vistas quando o universo tinha apenas 2,5 mil milhões de anos, sendo que atualmente soma mais de 13,5 mil milhões de anos.
Com o modelo, eles conseguiram corrigir os efeitos das lentes e descobriram que a SDP.81 (galáxia fotografada pelo ALMA) é uma galáxia enorme que forma estrelas a uma taxa mais acelerada do que a Via Láctea. Com isso, o modelo tornou-se num grande passo para perceber o processo de evolução de galáxias starburst (uma galáxia numa fase intensa de produção de estrelas) e de buracos negros supermassivos.
O telescópio ALMA é o maior do mundo e está localizado no deserto de Atacama, no Chile, a cinco mil metros de altitude. A estrutura é constituída por 66 radiotelescópios que captam informação em conjunto, funcionando como um só a observar os objetos como estrelas, galáxias ou sistemas planetários.
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